O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ameaçou prender por trinta anos os usuários do Twitter que postaram mensagens contra as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que ocorreram no último domingo, 30, no país. A intimidação foi feita em um programa da rede VTV, mesmo canal que exibe o programa Domingos com Maduro, na quarta-feira 2.
“O que fez a oposição no dia 30 de julho? No Twitter, eles enlouqueceram. Com os tuítes que publicaram deveriam ser jogados na cadeia por trinta anos, todos eles (…) Fazer justiça nos próximos dias será a tarefa da Assembleia Constituinte”, disse o ditador.
Os líderes da oposição Leopoldo López e Antonio Ledezma foram presos pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) da Venezuela na madrugada da última terça-feira. Os dois estavam em prisão domiciliar.
Assembleia Constituinte
No último domingo os venezuelanos foram às ruas eleger os 545 membros da Assembleia Constituinte convocada por Maduro. Em mensagens divulgadas pelo Twitter, López, que ainda estava preso em casa, fez um apelo à comunidade internacional para que não reconhecesse a legitimidade da votação.
“Faço um chamado aos democratas do mundo no que se refere a não legitimar essa fraudulenta Assembleia Nacional Constituinte, assim como fez o povo venezuelano.”
Países como Colômbia, Costa Rica, Canadá, Argentina, Panamá e Peru anunciaram que não vão reconhecer a Constituinte de Maduro. A União Europeia também se manifestou e disse que não houve legitimidade nem representatividade nas eleições.