Anvisa proíbe lotes de fórmula infantil por risco de contaminação
Decisão é preventiva e considerou alerta de agência reguladora americana sobre marca Nutramigen LGG; Brasil não recebeu lotes do produto
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou nesta sexta-feira, 12, a proibição de importação, venda e uso de seis lotes da fórmula infantil em pó de marca Nutramigen LGG no Brasil. A determinação considerou alerta da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, sobre o recolhimento voluntário do produto por risco de contaminação por uma bactéria que pode desencadear episódios de meningite e levar à morte.
Segundo a Anvisa, a FDA emitiu um comunicado sobre a fórmula após ser comunicada sobre a possível contaminação dos lotes pela bactéria Cronobacter sakazakii. Do gênero Cronobacter spp., esse microrganismo está associado a infecções principalmente em recém-nascidos, prematuros, bebês com baixo peso e imunossuprimidos. Casos com crianças com mais de 1 ano são raros.
A principal complicação é a meningite — inflamação das membranas que recobrem o cérebro –, mas há casos de enterocolite necrosante, bacteremia, septicemia (mais conhecida como infecção generalizada) e sequelas irreversíveis, de acordo com a agência. Até o momento, segundo a fabricante Reckitt/Mead Johnson Nutrition, não foram identificadas infecções relacionadas ao consumo desses lotes.
Lotes proibidos
A Anvisa informou que os lotes sob alerta não foram exportados para o Brasil, mas foram enviados pela fabricante, com sede nos Estados Unidos, para: Argentina, Bélgica, Belize, Canadá, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Irlanda, Israel, Jamaica, México, Nicarágua, Peru, Polônia, Espanha, Reino Unido e Venezuela. São eles:
- ZL3FHG
- ZL3FMH
- ZL3FPE
- ZL3FQD
- ZL3FRW
- ZL3FX
Esses lotes possuem código de barras 300871239418 ou 300871239456 e o prazo de validade até 01/01/2025.
Orientações para comprar fórmulas para bebês
A Anvisa diz que os pais e cuidadores devem ser cautelosos ao comprar fórmulas infantis. A primeira orientação é evitar a aquisição de produtos importados pela internet, tendo em vista a dificuldade para conhecer a origem do produto. Também faz as seguintes recomendações:
- Utilize apenas fórmulas infantis com orientação de um profissional de saúde habilitado, como médico pediatra ou nutricionista
- Leia todas as instruções de preparação presentes no rótulo. A correta higienização de utensílios que entram em contato com a fórmula, como mamadeiras, copos e colheres, é fundamental para garantir a segurança do produto
- Sempre realize a diluição na quantidade adequada e na temperatura segura (70ºC), que garante o menor risco de contaminação por microrganismos perigosos, como bactérias do gênero Cronobacter e Salmonella
A agência orienta ainda que, se possível, os bebês sejam amamentado até os seis meses de forma exclusiva e que o aleitamento materno seja mantido de maneira complementar até os dois anos ou mais, conforme recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).