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Cientistas descobrem como identificar autismo por imagens cerebrais

Técnica permite observar particularidades cerebrais com alta precisão, abrindo caminho para diagnósticos precoces e tratamentos mais eficazes

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 set 2024, 19h30

Um estudo recém-publicado no periódico Science Advances descobriu uma maneira de identificar alterações cerebrais associadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) com precisão de até 95%. Essa nova técnica, que analisa imagens do cérebro obtidas a partir de ressonância magnética, pode transformar a forma como a condição é diagnosticada, possibilitando intervenções mais rápidas e tratamentos personalizados.

Os cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, em parceria com outras instituições descobriram que particularidades do cérebro autista estão associadas a variações genéticas específicas, que são pedaços do DNA que podem estar duplicados ou ausentes. Essas variações aumentam o risco de uma pessoa ter a condição.

A novidade está na capacidade dessa técnica de “ver” essas alterações no cérebro de maneira clara. Em vez de depender apenas de observações comportamentais, que podem levar tempo para aparecer, agora os médicos, em teoria, podem diagnosticar o autismo mais cedo, analisando as imagens cerebrais. Os cientistas conseguiram prever a presença dessas variações genéticas com uma precisão de 89% a 95%, o que é um grande avanço para a medicina.

Autismo e o cérebro

Atualmente, o diagnóstico de autismo é feito principalmente com base na análise de padrões comportamentais da pessoa, o que pode significar uma demora no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento. Com essa nova técnica, seria possível identificar sinais de autismo no cérebro antes que eles se manifestem no comportamento. Isso pode permitir que os médicos iniciem tratamentos mais cedo, o que pode fazer uma grande diferença na vida das pessoas afetadas.

Além disso, essa técnica ajuda a entender melhor como o autismo afeta o cérebro, mostrando que as mudanças não estão concentradas em uma única área, mas espalhadas por várias partes do órgão. Isso pode abrir portas para novos tratamentos mais eficazes, focando nas áreas do cérebro que são mais impactadas.

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Variações genéticas

O estudo analisou as imagens cerebrais de mais de 200 pessoas, incluindo tanto indivíduos com as variações genéticas associadas ao autismo quanto aqueles sem essas alterações. A nova técnica foi capaz de distinguir as mudanças cerebrais causadas por essas variações genéticas das variações “normais” que ocorrem no cérebro. Isso é importante porque significa que os médicos podem usar essa informação para fazer diagnósticos mais precisos.

Os pesquisadores também descobriram que as pessoas com essas variações genéticas tendem a ter dificuldades de fala e diferenças no nível de QI. Isso reforça a ligação entre genética e comportamento no autismo, mostrando que as alterações no cérebro podem influenciar diretamente essas áreas.

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