- Cálcio
- Iodo
- Ferro
- Riboflavina
- Folato
- Zinco
- Magnésio
- Selênio
- Tiamina
- Niacina
- Vitamina A
- Vitamina B6
- Vitamina B12
- Vitamina C
- Vitamina E
Conheça os 15 micronutrientes essenciais menos consumidos no mundo
Mais da metade da população mundial não atinge os níveis adequados de ingestão de cálcio, vitamina C e ferro; deficiência pode impactar a saúde
A alimentação variada e saudável tem o potencial de fornecer vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do organismo e também para deixá-lo preparado para o combate a patógenos oportunistas por meio do sistema imunológico. Mas garantir esse aporte de substâncias é um desafio que ficou claro em um estudo recém-publicado no periódico The Lancet Global Health que constatou que mais da metade da população mundial não atinge os níveis adequados de consumo de 15 micronutrientes essenciais à saúde (veja lista abaixo), inclusive os mais famosos, como cálcio, ferro e vitamina C.
Em uma análise que se concentrou em uma ampla base de dados, pesquisadores avaliaram informações disponíveis no Global Dietary Database, do Banco Mundial, e pesquisas de recordação alimentar. Assim, conseguiram mapear e comparar necessidades nutricionais e o padrão de ingestão em populações de 185 países. O estudo foi conduzido por cientistas da Harvard TH Chan School of Public Health, UC Santa Barbara (UCSB) e da Aliança Global para uma Melhor Nutrição (GAIN, na sigla em inglês).
O estudo é avaliado como pioneiro por ter explorado o déficit nutricional em caráter global, na faixa etária de 0 a 80 anos e acima de 80 anos, de modo que traduz a prevalência de ingestão insuficiente dos micronutrientes em 99,3% da população do mundo.
“Nosso estudo é um grande passo à frente”, disse o coautor principal Chris Free, professor pesquisador da UCSB. “Não apenas porque é o primeiro a estimar ingestões inadequadas de micronutrientes para 34 grupos de idade e sexo em quase todos os países, mas também porque torna esses métodos e resultados facilmente acessíveis a pesquisadores e profissionais.”
Riscos da deficiência de micronutrientes
Os achados são importantes para apontar deficiências que estão associadas a episódios não só de desnutrição. “A deficiência de ferro é a causa mais comum de anemia, levando à cognição prejudicada e resultados adversos na gravidez. A deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueira evitável globalmente, afetando principalmente crianças e mulheres grávidas. Tanto a vitamina A quanto o zinco têm um papel crucial na imunidade, especialmente para populações que enfrentam uma alta carga de doenças infecciosas”, diz trecho do estudo.
As estimativas de consumo de nutrientes consideraram alimentos e retiraram da avaliação produtos como suplementos e fortificantes. Assim, o grupo se deparou com um quadro de que mais de mais de 5 bilhões de pessoas não consomem iodo suficiente, totalizando 68% da população global, vitamina E (67%) e cálcio (66%). A ingestão de ferro abaixo do índice suficiente atinge mais de 4 bilhões de pessoas (65%), assim como o déficit de riboflavina (55%), folato (54%) e vitamina C (53%).
“A maioria das pessoas, até mais do que se pensava anteriormente, em todas as regiões e países de todas as rendas, não está consumindo o suficiente de vários micronutrientes essenciais. Essas lacunas comprometem os resultados de saúde e limitam o potencial humano em escala global”, declarou Ty Beal, especialista técnico sênior da GAIN.
Reverter os índices e apresentar às populações a importância de uma alimentação rica em nutrientes, que contenha frutas, verduras, legumes, cereais e reduza o consumo de ultraprocessados deve ser um objetivo de governos e idealizadores de políticas públicas.
“O desafio de saúde pública que enfrentamos é imenso, mas os profissionais e formuladores de políticas têm a oportunidade de identificar as intervenções alimentares mais eficazes e direcioná-las às populações mais necessitadas”, disse, em nota, o autor do estudo Christopher Golden, professor associado de nutrição e saúde planetária na Harvard Chan School.