Para quem está de dieta, a melhor recomendação é: fique longe das bebidas alcoólicas. Entretanto, se você é uma daquelas pessoas que não dispensa um drinque de vez em quando, algumas bebidas podem ser mais amigáveis do que outras. A escolha mais “segura” para quem está tentando perder peso são as versões destiladas, com vodka, gim, rum, whisky e tequila. Embora essas opções contenham uma quantidade maior de álcool, elas não possuem açúcares ou carboidratos, presentes nas bebidas fermentadas.
Um shot de destilado, o equivalente a 45 mililitros de vodka, gim, rum, whisky ou tequila, contém cerca 97 calorias. Uma taça de champanhe (120 mililitros) contém aproximadamente 84 calorias; uma taça de vinho seco de (150 ml), que fornece entre 120 e 125 calorias; uma dose (75 ml) de martini equivale a 124 calorias. Outras opções são uma taça (150 ml) de um vinho de baixa caloria, que fornece entre 90 e 100 calorias, ou uma lata de cerveja light, que contém aproximadamente 100 calorias.
Em geral, o álcool puro tem 7 calorias por grama (cal/g) — valor que corresponde a menos do que um grama de gordura (9 cal/g) e mais do que um grama de proteínas e carboidratos (4 cal/g cada). No entanto, outras variáveis podem influenciar na contagem de calorias, como quantidade de álcool, volume total da bebida, quantidade de carboidratos e açúcares presentes e misturadores. “De modo geral, a maior diferença em calorias em bebidas vem do teor alcoólico, mas a presença de carboidratos também contribui em grande parte para as calorias”, explicou Dwayne Bershaw, da Cornell University, nos Estados Unidos, à CNN.
De onde vem as calorias?
Os ingredientes utilizados na produção fornecem algumas calorias extras, que geralmente vêm em forma de carboidrato — considerado um dos vilões da dieta. No caso do vinho, por exemplo, as calorias podem ser resquícios do açúcar extraído da uva original (grande parte dele se fermenta e se transforma em álcool). Os carboidratos também podem vir de adições posteriores, como suco de uva, utilizados para equilibrar a acidez do vinho. Ainda assim, essa quantidade de açúcar é consideravelmente pequena e, portanto, não fornece tantas calorias.
Já os carboidratos da cerveja — feita de grãos, como malte e cevada — vêm em forma de amido (carboidrato constituído principalmente de glicose). Segundo Bershaw, a levedura — fungo que promove a fermentação — converte os menores pedaços de açúcar em álcool. No entanto, nem sempre esses micro-organismos conseguem quebrar todos os pedaços maiores, que são os carboidratos que contribuem para a contagem geral de calorias para a maioria das cervejas. Para as cervejas de baixa caloria, o truque é a adição de uma enzima durante o processo de fermentação: ela transforma todas as moléculas de amido em açúcares simples para que não haja carboidratos remanescentes.
Bebidas sem carboidratos
Bebidas destiladas, como vodka, tequila, rum e gim, não contêm açúcares ou carboidratos naturalmente. No entanto, alguns produtores podem adicionar pequenas quantidades de açúcar para melhorar o sabor amargo. Mas, assim como o vinho, essa quantidade é praticamente insignificante.
Mesmo tendo maior volume de álcool (40% ou mais) em relação às bebidas fermentadas, um shot padrão (45 ml) ainda possui menos calorias. No entanto, essa vantagem só é válida se as outras bebidas adicionadas a elas (geralmente destilados são consumidos em acompanhamento como sucos, refrigerantes, água tônica e energéticos) forem da categoria zero, diet ou light.
Para Ginger Hultin, nutricionista da Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos, outros ingredientes adicionados na produção de drinques, como água tônica, suco, refrigerante, xarope, cremes de leite, leite condensado e de coco, acrescentam açúcares e gorduras. “As margaritas e as piñas coladas podem ter cerca de 500 calorias por copo, dependendo do tamanho e de como são feitas, e podem ser um verdadeiro desafio para qualquer pessoa que deseja perder peso”, alertou.
Por que o álcool é inimigo da dieta?
Além das calorias contidas na bebida em si, o álcool incita as pessoas a petiscarem alimentos calóricos. “Estudos mostram que as pessoas comem mais quando incluem álcool ou bebem antes da refeição”, disse Ginger Hultin, nutricionista da Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos, à CNN.
De acordo com especialistas, uma das explicações para o fenômeno está na queda das inibições provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas: elas diminuem as defesas cerebrais responsáveis por controlar as porções e fazer escolhas alimentares saudáveis. Além disso, o álcool pode influenciar na produção dos hormônios ligados à saciedade, como no caso da leptina, que suprime o apetite, e o peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), responsável por inibir a ingestão de alimentos.
Outras pesquisas sugerem que o álcool pode estimular as células nervosas do hipotálamo, que trabalha no equilíbrio das funções internas corporais. Essa atuação desregula o hipotálamo, podendo aumentar o apetite. Apesar disso, se você ainda prefere incluir bebidas no dia a dia, a sugestão é escolher as opções menos calóricas.